"Ali vem nossa comida pulando!"

A pedido da professora durante o seminário, procuramos a origem desta frase de Hans Staden presente em destaque na primeira página da Revista de Antropofagia. E achamos além disto. Hans Staden é um grande autor alemão que contribuiu de forma siginificativa para o primeiro momento do Modernismo Brasileiro. Vale a pena ler as 7 páginas sobre duas obras dele, e conheçer o 'mau bocado' que ele passou aqui no Brasil. Leiam! 

 Hans Staden e o Modernismo Brasileiro

Sobre a origem da frase título do post na Revista de Antropofagia: as obras de Staden (essas descritas no texto!) provavelmente contribuíram para a formulação do Manifesto Antropófago. A frase "Ali vem nossa comida pulando!" presente na Revista de Antropofagia remete ao momento em que Staden, feito prisioneiro dos indígenas antropófagos, teve suas pernas amarradas e foi obrigado a caminhar pela tribo aos pulos, enquanto os índios o observavam, causando risos a todos. "O comentário dos indígenas, à visão do pobre Staden  esforçando-se para não cair, era vazado no mais legítimo humor negro:“Aí vem pulando o nosso manjar!” (p. 100)"

Tadinho do alemão! Os índios primitivos tirando onda com a cara dele... (risos)

P.S.: Eu, Leonardo, estou de certa forma impressionado com tudo isso. Não por ser trágica, mas parece que a historia do Brasil ja veio com comédia inclusa... Imaginem a cena da passagem descrita, tem como não rir!?

Quem não leu o texto, leia, por favor!  É muito interessante, e comico também! 

É hoje!

Bom... hoje é o dia da apresentação do seminário.

Ta, é só mais um seminário...
O problema é a RESPONSABILIDADE de passar o maximo de informações (que não encontramos tanto assim) para o pessoal, já que esse é considerado o único movimento essencialmente brasileiro!

E você procura um video no Youtube e não acha.... verdade!

Mas enfim, vamos fazer o possivel!

Qualquer duvida mandem um recado para nós!

Estaremos satisfeitos em faze-los compreender esse movimento que serve como uma lição até hoje para nós.

NÃO AO CANIBALISMO! SEJAMOS ANTROPÓFAGOS!

As Revistas!

As Revistas de Antropofagia foram publicadas em duas fases, ou "dentições", como denominavam os antropófagos. 

A primeira dentição (10 edições, de 1º de maio de 1928 a fevereiro de 1929) teve como principal publicação o Manifesto Antropófago, escrito por Oswald de Andrade. Também foi publicado o célebre texto de Oswaldo Costa, a "Descida Antropófaga", onde criticava Potugual por "civilizar" os selvagens (índios) no periodo colonial. Nessa primeira fase também ocorreu uma assimilação indiscriminada de autores, alguns ate mesmo sem relação com o movimento, o que fez com que essa fase do movimento não tivesse suas ideias delimitadas e expostas. Mas, nesse momento, "A "Revista de Antropofagia" não tem orientação ou pensamento de espécie alguma: só tem estômago." Então... ta entendido! Nessa primeira fase também foram publicados poemas como "No meio do caminho", de Drummond, "Noturno da Rua da Lapa", de Manuel Bandeira e "Republica", de Murilo Mendes. Não podemos deixar de citar também que no segundo número da revista foi publicado o fragmento inicial de Macunaíma, de Mario de Andrade, obra expoente do movimento antropófago.

Já na segunda dentição... o movimento se definine! Porém, a revista toma forma apenas em uma página do jornal "Diário de São Paulo". Mas isso não impediu o 'terrorismo literário' que os antropófagos estavam propondo para restabelecer a linha radical e revolucionária do Modernismo. Agora, eles não queriam revolucionar só na literatura. Ambicionavam também o social, a política e a religião. Oswaldo Costa publica sua série "Moquém", onde critica o Modernismo Brasileiro. O penultimo número da revista deu conta de divulgar a primeira exposição de Tarsila. No ultimo número, os antropófagos fazem comentários sobre a repercusão da exposição. A revista teve seu fim quando muitos jornais foram devolvidos em protesto às irreverencias antropofagicas. Rubens do Amaral, responsável pelo jornal e amigo dos antropófagos, se viu obrigado a terminar com a página da Revista. A partir daí, o grupo foi se dissolvendo...

  

ATUALIZANDO PRA VOCÊS: Encontrei, só agora, no dia do seminário, um link com todas as edições da Revista de Antropofagia. Cliquem AQUI e DEVOREM!

O que foi o movimento

O movimento antropofágico foi uma manifestação artística brasileira da década de 1920, iniciado por Oswald de Andrade, que propôs a deglutição (daí o caráter metafórico da palavra "antropofágico") da cultura do outro externo (como a norte americana e européia) e do outro interno (a cultura dos ameríndios, dos afrodescendentes, dos eurodescendentes, dos descendentes de orientais) ou seja, não se deve negar a cultura estrangeira, mas ela não deve ser imitada. A intenção era criar uma produção literária e artista brasileira e exportar essa produção.

O Manifesto Antropófago!

"Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente."
...
"Tupy, or not tupy that is the question."

...

"Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago."

(Clique nas imagens para ampliar o Manifesto!)

Vamos comer Caetano...

Um vídeozinho encontrado no Youtube sobre o manifesto... atenção para a letra da música!

Explicando o termo "Antropófago"...

Bom, "Antropofagia" é o ato de consumir uma parte, várias partes ou a totalidade de um ser humano. No início, também ficamos meio confusos. Ninguem nunca tinha nos falado que Oswald de Andrade era canibal! =O

Enfim, não é bem isso. Sabemos que os índios antropófagos realizam este ritual de canibalismo por que acreditavam que, se alimentando dos outros humanos iriam adquirir as qualidades que ele possuia. Fazer o que... era o que eles pensavam. Oswald de Andrade então propôs com o termo antropófago para o movimento que iniciara "alimentar-se de tudo o que o estrangeiro traz para o Brasil, sugar-lhe todas as idéias e uni-las às brasileiras, realizando assim uma produção artística e cultural rica, criativa, única e própria"

Bem interessante não é!? Então... vamos postar sempre que possível algumas informações sobre o movimento antropófago, allright!?